Acordo mundial visa proteção ambiental.
Depois do fim dos CFCs (clorofluorcarbonos, como o R12), intensificou-se em 2013 o processo de eliminação dos HCFCs (hidroclorofluorcarbonos, como o R22) no Brasil e na América Latina. Em entrevista ao Clube da Refrigeração, Magna Luduvice, Coordenadora de Proteção da Camada de Ozônio do Ministério do Meio Ambiente respondeu as principais dúvidas relacionadas a este tema.
Como está o processo de eliminação dos CFCs?
A eliminação do consumo de CFCs está praticamente concluída. Restam apenas as ações de controle em equipamentos antigos.
E os HCFCs?
Em 2013, países em desenvolvimento, como o Brasil, devem congelar o consumo de HCFCs na média dos anos de 2009 e 2010. Nesses países, até 2015 o consumo deverá ser reduzido em 10% no mínimo. O Brasil optou por reduzir 16,6%, conforme estratégia definida no Programa Brasileiro de Eliminação dos HCFCs. Nos países desenvolvidos (como Alemanha, Estados Unidos e Japão), o processo se iniciou antes, em 1996, e 75% do consumo já foi eliminado.
Os resultados estão sendo obtidos?
O Protocolo de Montreal, que conta com a participação de todos os 197 países do mundo, fez com que 98% do consumo das substâncias que destroem a camada de ozônio (como os CFCs) fossem eliminados até 2012. Graças a isso, a expectativa é que entre 2050 e 2075 a camada de ozônio retorne aos níveis que tinha antes de 1980.
Onde é importante avançar?
Na busca de alternativas para a substituição dos CFCs e HCFCs. A tendência é que os substitutos, além de possuírem zero de potencial de destruição da camada de ozônio, tenham baixo potencial de aquecimento global.
Há outros aspectos para melhorar?
Outro aspecto que precisa de atenção é o tratamento adequado das substâncias destruidoras do ozônio existentes nos equipamentos antigos. É necessário aumentar a eficiência do recolhimento, reciclagem e regeneração dos CFCs e HCFCs.
Os prazos para a eliminação dos HCFCs podem ser adiados?
Não. Os países só podem se antecipar aos prazos estabelecidos. Isso significa que, no Brasil e em toda a América Latina, em 2015 o consumo de HCFCs tem de ser pelo menos 10% menor do que na média de 2009-2010. Deve ser destacado que cada país fez um acordo individual. O Brasil, como foi dito, optou por 16,6%, e os outros variam.
Como isso contribui para evitar o aquecimento global?
Além de evitar mais danos à camada de ozônio, as ações decorrentes do Protocolo de Montreal já fizeram com que o equivalente a 135 bilhões de toneladas de CO2 deixassem de ser emitidas. Essa é uma contribuição essencial na luta contra o aquecimento global.
Como os profissionais da refrigeração podem contribuir?
A conscientização deles é fundamental na manutenção das instalações e dos equipamentos, para que o gás não vaze para a atmosfera. Os refrigeristas devem se manter atualizados com as boas práticas, para executar os serviços corretamente. Além disso, eles precisam estar atentos ao recolhimento, reciclagem e regeneração dos CFCs e HCFCs, pois os estoques dessas substâncias irão diminuir gradativamente.
Fonte: http://www.clubedarefrigeracao.com.br/entrevista/2013/09/restricoes-aos-hcfcs